sexta-feira, 27 de abril de 2012

Xerocar” é crime?


Por: Clarissa Augusto, Lardyanne Pimentel, Raissa Sampaio.


A livraria nem sempre é a opção principal na hora de fazer a leitura de um livro. Tirar cópia de obras tem sido hábito frequente especialmente em ambientes universitários. “A gente tem que ter acesso aquela leitura de um texto e não dá pra sempre comprar o livro. Para o monte de textos que a gente tem que ler, a xerox quebra muito o galho.”, afirmou a estudante de jornalismo da UFC, Isabelle Câmara.

Alguns professores se utilizam do espaço das copiadoras para montar materiais de estudo, disponibilizando fragmentos dos textos estudados em pastas nos estabelecimentos. Mesmo assim, a cópia integral da obra também é recorrente e defendida por muitos professores. Elaide Martins, professora de telejornalismo, admite a prática: “Os livros são extremamente caros. A cópia é um reflexo da falta de democratização do livro na sua forma original. A xerox é útil, é necessária.”

A xerox de João abriga mais de 100 pastas de vários professores. (Por Clarissa Augusto)
  
No Brasil, a lei federal nº 9610, que rege os direitos autorais, estabelece como crime a cópia de livros na íntegra, os funcionários das copiadoras estão autorizados a xerocopiar apenas partes do material, totalizando no máximo 10% da obra.“ Eu não acredito em pirataria, eu acho que não existe conhecimento privado, que tem nome. Tudo é conhecimento da comunidade.”, afirma Mônica Soares, professora de Filosofia.'

As copiadoras

João (nome fictício, pois a fonte não quis se identificar), dono de uma copiadora, afirma que tira em torno de 5.000 cópias por dia. Ele atribui essa frequência ao preço acessível, possível dentro do orçamento de um estudante universitário.
João disse ainda que as editoras pressionam por uma atuação maior da polícia na fiscalização.“Já bateu fiscal nas lojas daqui, na minha ainda não”, declara.

Na esquina ao lado da UFC, seis copiadoras fazem concorrência. (Por Raissa Sampaio)

As livrarias

Eliza Saraiva, proprietária da Livraria Lua Nova, discorda dos benefícios da xerox, pois afirma que o livro já é uma forma de democratização. Eliza explica que a vida útil de uma cópia é muito curta, o material é riscado e rasgado, e que é importante construir sua própria biblioteca.



Estudantes enfrentam desafios da vida universitária

Por Fernanda Valéria, Jully Lourenço e Larissa Sousa

Por causa do tempo limitado, eles aproveitam qualquer oportunidade
para já adiantar os estudos na própria Universidade. (Foto: Jully Lourenço)

Vida de universitário não é fácil. Acordar cedo, passar o dia na faculdade e participar de programas extracurriculares são práticas comuns que demandam tempo da rotina do estudante, independente do semestre ou do curso. Além dessas atividades, alguns alunos ainda têm que conciliar os estudos com o estágio.

É o caso de Juliana Torres do curso de Psicologia. Ela conta que por estar no décimo semestre, divide seu tempo entre aulas, estágio e monografia. Milene Peixoto, estudante de Letras-Espanhol do nono semestre, também tem uma vida bastante agitada. Fora a graduação, ela tem uma bolsa e integra um grupo de estudo. “Eu tenho disciplinas pela manhã e reuniões à noite do grupo, então aproveito e passo o dia aqui”, relata.

Com tanta coisa para estudar é complicado até adequar os horários de todos os afazeres. Camila Beatriz, ex-estudante de Engenharia de Pesca, confessa que um dos motivos para o trancamento de seu curso foi justamente a rotina exaustiva que a jovem levava. No entanto, apesar das dificuldades enfrentadas, há alunos que garantem que o esforço vale a pena quando o objetivo é se tornar um profissional. “Você olhar tudo o que você passou, a correria toda, e agora está se formando é o ganho de ser psicóloga, no meu caso”, argumenta Juliana.

Mas não é só a falta de tempo que os alunos têm que superar. Para o estudante de Computação Caio Mássimo, o Restaurante Universitário (RU) não oferece um cardápio equilibrado para quem precisa sair de casa cedo e seguir o dia estudando. “Acho que falta mais carboidrato para poder dar mais energia, porque você tem que sair de casa e tomar um café rápido”, diz.

Sem esquecer de que também é necessário levar dinheiro para gastos extras. Segundo Milene Peixoto, gasta-se aproximadamente uma quantia diária de seis reais, que é elevada apesar da bolsa que recebe e do baixo custo da refeição no RU.

"Kit faculdade"
Para passar o dia na Universidade, os estudantes precisam equipar-se com material de higiene pessoal e outros itens tão importantes quanto, como garrafa com água e roupa a mais, porquê não? É o que mostra o aluno de Letras-Alemão, Aaron Goerch:

UFC expande acesso gratuito à internet

Por Ed Borges, Melissa Campos e Tamara Lopes


Acordar e, logo após, ir direto ao computador. Essa é a rotina de Rafaela Pereira, estudante de Biblioteconomia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ela diz adorar as redes gratuitas de Wi-Fi, que permitem o acesso sem fio à web. Rafaela faz parte dos 78, 5 milhões de brasileiros que possuem acesso à internet,  dado relativo ao ano de 2011, segundo do Ibope Nielsen Online, instituição que mede a audiência na rede. Em comparação com janeiro de 2011, houve um aumento neste ano de 11,2% de usuários.

Esse número se refere às pessoas que se conectam não só em casa, mas também no trabalho, na lan-house e na faculdade. Pensando nisso, a UFC desenvolveu um sistema de conexão livre chamado UFCNet. Com ele, o aluno passa a ter acesso gratuito à internet, desde que tenha login e senha no sistema SIGAA (Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas).

Página inicial da UFCNet, projeto que pretende ampliar o acesso gratuito à internet na UFC (Foto:Tamara Lopes)


Segundo o analista de tecnologia da informação, Saulo Gonçalves de Sousa, o projeto UFCNet ainda está restrito à FEAAC (Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado) e à Residência Universitária do Campus do Pici. Saulo diz também que desde 2007 a universidade faz pesquisas para disponibilizar a conexão por Wi-Fi.

Hoje, cada curso tem o próprio acesso sem fio à internet, pago por proprietários que podem disponibilizar ou não a senha para os demais usuários. O analista Saulo conclui que a UFCNet pretende se estender a outros cursos, “inicialmente no campus do Pici”, a fim de disponibilizar internet gratuita a todos os campi.

Bheatriz Alves, estudante de Geografia e moradora da Residência Universitária do Pici, diz que a conexão do laboratório instalado na sala de estudos do local, por meio do UFCNet, “é muito boa, com uma velocidade maior do que a de outros locais da faculdade”.

Em relação ao projeto, a aluna não concorda com a possível “invasão de privacidade”, já que todos os dados do usuário ficam contidos em um histórico de acesso. Mas ela reclama do número restrito de arquivos que podem ser baixados. “É uma proposta interessante, mas a questão do controle, do limite de downloads, é ruim”.



Carlos Rocha, estudante da UFC, aprova o projeto, já que pode facilitar nos trabalhos da faculdade (Foto:Tamara Lopes)

Já Carlos Rocha, que é estudante de Engenharia de Pesca e também habita a residência, acredita que o sistema “é válido”, pois está disponível para pesquisa e estudo. “Quem tem interesse em manter essas atividades, não tem do que reclamar”, afirma.

A estudante intercambista de Guiné-Bissau, Benvinda Ie, estuda Letras Inglês na Universidade Federal do Ceará (UFC) e fala sobre as redes de conexão à internet disponibilizadas pela universidade.


Caminhos Acessíveis

A Universidade procura se adequar às necessidades particulares dos membros da comunidade acadêmica, mas ainda há um longo caminho a ser trilhado.



Por Marco Fukuda, Murilo Viana e Rosana Reis

Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui,
ao lado da Biblioteca do Centro
de Humanidades, Benfica
Foto: Rosana Reis
A acessibilidade é um direito garantido na legislação brasileira, porém encontra obstáculos para se efetivar nos espaços públicos. Na Universidade Federal do Ceará (UFC), a questão apresenta avanços, mas ainda são muitos os desafios.

Desde que foi criada, em 2010, a Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui realiza iniciativas de inclusão social para pessoas com deficiência auditiva, visual e física no ambiente acadêmico, integrando ações de ensino, pesquisa e extensão. 

O setor tem parceria com a Coordenadoria de Obras e Projetos (COP) para viabilizar a acessibilidade física, além de promover projetos como a digitalização do acervo bibliográfico para pessoas com deficiência visual. A bibliotecária Cléo Santos, que coordena o projeto, ressalta que a criação da secretaria foi um marco para o comprometimento da universidade em dar suporte a pessoas com deficiência. “A maior conquista ainda é a própria secretaria.” afirma.

André Luiz Gomes, bolsista de extensão da secretaria, é deficiente visual e inicia alunos e pessoas da comunidade na utilização de softwares como o DOSVOX, sistema operacional que possibilita o uso do computador por deficientes visuais.  
    
                                          André mostra como utilizar o DOSVOX  
   

Contrapontos


Edmar Ribeiro, 65, atualmente assessor jurídico da UFC, é cadeirante e servidor há mais de 30 anos. Segundo ele, os espaços da universidade, como a Reitoria, onde trabalha, e o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), têm uma infra-estrutura acessível.


Edmar, que já ministrou palestras acerca do tema, considera que a acessibilidade alcança não só os portadores de deficiência visual, auditiva e de locomoção, mas também o atendimento de um público mais amplo, como grávidas e idosos. Ex-aluno da Faculdade de Direito da UFC, o assessor jurídico avalia que muitas melhorias têm acontecido nessa área nos últimos oito anos e, em especial, durante a gestão do reitor Jesualdo Farias.


Para Renata Aragão, 22, que tem deficiência auditiva parcial, falta suporte no aspecto da acessibilidade. Além de funcionária da universidade há três anos, ela cursa o 7º semestre da graduação em Ciências Sociais na UFC. Ela relata já ter sofrido constrangimentos devido às suas limitações de acompanhar as aulas como os ouvintes comuns. Renata conta ter desistido do curso de francês na Casa de Cultura logo no primeiro semestre, por causa da falta de adaptação do sistema de avaliações às suas necessidades.

A estudante Renata Aragão destaca o trabalho em 
recursos humanos para enfrentar a problemática
Foto: Rosana Reis

A universidade deve realizar seminários com professores e servidores para aprimorar o atendimento às pessoas com demandas diferenciadas, segundo Renata. O caso dela requer atenção e paciência por parte das pessoas, porque ela utiliza a leitura labial para se comunicar. Renata pretende voltar a estudar francês, mas em condições distintas. “Ficar aberto para ouvir a necessidade do outro”, é o que recomenda Renata para que a acessibilidade evolua na UFC.

Existem pessoas invisíveis?


Por Marcello Soares, Marcella Macena e Thaís Brito
Fotos de Marcello Soares


A pressa é um ponto em comum no cotidiano de muitas pessoas que transitam pelos espaços da Universidade Federal do Ceará (UFC). Por causa disso, profissionais como servidores e vigilantes podem passar despercebidos por quem não precisa lidar diretamente com eles. Esses funcionários garantem a limpeza, a segurança e até mesmo a manutenção das instalações. Mas a correria acaba fazendo com que eles se tornem praticamente invisíveis.

Trabalhando ao sol, Francisco Ivonildo, 40, capinava um local pouco movimentado do Centro de Humanidades (CH 2) da UFC. O auxiliar de serviços gerais trabalha há dois anos em uma empresa terceirizada que presta serviços à universidade.
 


Ivonildo é auxiliar de serviços gerais e não se importa se os alunos não o cumprimentam







Ivonildo acha “normal”que muitas pessoas não o cumprimentem no dia a dia.“Alguns alunos falam, mas a maioria não. Mas também, a maioria a gente não conhece, né? É normal”. Segundo ele, porém, a situação é diferente quando ele tem de trabalhar na residência universitária. “Lá a gente tem mais contato com as pessoas, até porque trabalho mais lá”.


Para o porteiro Cícero Felício, 30, um simples “bom dia” não faz mal a ninguém. O funcionário terceirizado trabalha no CH 2 da UFC há três meses e diz se sentir “despercebido” algumas vezes.“Acredito que com a correria do dia a dia as pessoas nem lembrem de falar com a gente”, afirma ele.


O porteiro Cícero Felício garante que alunos não estacionem nas vagas destinadas aos professores no CH 2.


Cícero é responsável por controlar o fluxo de carros no estacionamento do CH 2. Mas, além disso, ele também dedica atenção aos seus estudos. O porteiro está terminando o Ensino Médio e pretende entrar na faculdade para cursar Estatística ou Matemática. Segundo ele, a tecnologia pode mudar mas a Matemática “nunca deixará deser usada”.

Já Cícero Robério, 37, não espera pela atitude dos outros. Há oito anos na UFC, o zelador faz questão de cumprimentar e sorrir para quem passa por ele. O costume vem do antigo local de trabalho, o Aeroporto Pinto Martins. “Lá você tem a obrigação de ser educado com todas as pessoas”, afirma. Ele se habituou a demonstrar cortesia mesmo quando não estava no seu melhor dia, mas alerta que esse comportamento faz parte da educação que recebeu.


O zelador diz que a maioria das pessoas responde ao seu cumprimento. E tenta entender aqueles que não retribuem a gentileza. “Às vezes a pessoa tá chateada, não foi bem na prova, no namoro. Não ouviu direito ou não entendeu”, conta Cícero. Segundo ele, o importante é fazer a sua parte. Como reconhecimento, ele lembra o episódio em que ganhou uma garrafa de vinho de uma professora do curso de Comunicação Social. Os dois não se conhecem pelo nome até hoje.


Antes de ser zelador, Cícero Robério trabalhou em empresas de aviação. Ainda hoje, ele não desiste da cortesia no cotidiano. 

Vida de residente universitário

Estudantes da UFC são auxiliados pelo Programa de Residência Universitária e falam sobre a dificuldade e a liberdade de morar sozinhos

Reportagem: Kelviane Lima, Mayara Matos e Thamires Oliveira


Rotina de estudante não é fácil. Além da correria das aulas, provas, estágios, bolsas e outras atividades acadêmicas, alguns alunos ainda enfrentam a dificuldade de morar longe
da família. Os problemas são muitos, mas o esforço cotidiano tem sua recompensa. Independência e crescimento pessoal são duas conquistas significativas na vida dos universitários.

A fim de acolher e de dar condições para que esses alunos possam concluir seu curso, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da Universidade Federal do Ceará (UFC) tem o Programa de Residência Universitária. Ele garante moradia e alimentação aos alunos matriculados nos cursos de graduação, provenientes de famílias de baixa renda, vindos do interior ou de outros estados.

Para ingressar no programa, o aluno deve passar por uma avaliação sócio-econômica que comprove a falta de condições financeiras de se manter no local do curso. Os editais são lançados uma vez por ano.

Estrutura
A UFC possui 14 Residências Universitárias, 13 no Benfica e uma no Pici, inaugurada este ano. A capacidade total de acolhimento é de 458 alunos, com 7 unidades residenciais masculinas, 4 femininas e 3 mistas. Todos os custos de manutenção são por conta da universidade.

Sala de estudos da Residência Universitária 125 (Foto: Thamires Oliveira)
As residências contam com quartos, salas de estudos individuais e coletivos, laboratórios de informática, sala de jogos, salas de vídeos e convivência, lavanderia e cozinha equipadas. A questão da acessibilidade também é respeitada. No Benfica e no Pici, os prédios contam com elevadores e quartos adaptados.

Marcelo Almeida, 26, é um dos diretores da Residência Universitária 125, localizada na Rua Paulino Nogueira, n° 125, no Benfica. Vindo de Horizonte, a 48km de Fortaleza, cursa o 5º semestre de Engenharia Civil na UFC e é residente desde 2007. Como diretor há dois anos, ele representa o interesse dos estudantes, media os possíveis conflitos entre eles e comunica os problemas de estrutura e convivência à PRAE. 

A casa dispõe de 76 vagas, tendo 17 livres, atualmente. Segundo o estudante, apesar da Residência Universitária não ter muitas restrições, as regras da casa devem ser respeitadas para que todos tenham a melhor relação possível. 



Convivência
Estudante do curso de Matemática da UFC, Anderson Ávila, 23, vem de Sobral, a 238km de Fortaleza. Anderson mora na Residência Universitária 125 há três anos e meio e já foi diretor de lá por 2 anos. Segundo ele, a moradia na Residência é bastante tranquila, mas de vez em quando podem ocorrer problemas. “Eu discuti com a menina que ficava no mesmo quarto da minha namorada. Aí ela me agrediu. Eu fui na Pró-reitoria, foi analisado, ela foi chamada, eu fui chamado e ela foi expulsa”.

Anderson e seus companheiros de Residência (Foto: Thamires Oliveira)

Liberdade
Artur Ícaro, estudante do curso de Economia, 22, vem de Várzea Alegre, a 470 km de Fortaleza, e tem dificuldades para ver a família. A volta para casa só ocorre no intervalo de cinco meses, devido à distância. Apesar disso, ele afirma que gosta de morar sozinho. Com o tempo se acostumou. Admite que existem muitas dificuldades no começo, mas a liberdade de não morar na casa dos pais compensa.

Anderson Ávila também comenta como é viver longe da família. Para ele, tudo aconteceu de forma natural e até gosta de não ter que dar satisfações.



UFC oferta modalidades de intercâmbio

Por Analu Moraes, Beatriz Cavalcante e Renan Campêlo


A Universidade Federal do Ceará (UFC) recebe alunos de diversas nacionalidades através do programa de Mobilidade Acadêmica, que está com editais abertos ainda para este ano. O projeto possui convênios com universidades brasileiras e estrangeiras, dentre elas, universidades localizadas no Rio de Janeiro e na França.

Nacionalmente, o projeto tem convenio com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e alcança somente alunos regularmente matriculados em cursos de graduação das universidades federais brasileiras, que tenham concluído no mínimo um ano do curso de origem. O aluno tem direito a permanecer um ano na instituição superior escolhida.

Maria Elias aborda as diversas formas de mobilidade           acadêmica
 Foto: Renan C. 


Segundo a vice-reitora da Universidade da Integração da Lusofonia Brasileira (Unilab), Maria Elias, um dos programas internacionais é o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), o qual visa oferecer cursos de graduação a estudantes provenientes de países em desenvolvimento. Maria Elias disse que atualmente existem 142 africanos participando desse projeto na UFC. 

A estudante de psicologia, Valéria Pablo, é um exemplo de mobilidade internacional. A equatoriana de 22 anos participa do PEC-G desde janeiro de 2012. Valéria afirmou que se apaixonou pela língua portuguesa e decidiu estudar no Brasil. “Inicialmente, minha ideia era morar em Natal (RN), mas não havia vaga. Então, acabei sendo selecionada aqui na UFC”, disse.

Malam Djau disse ter sentido dificuldades por causa do sotaque cearense
 Foto: Beatriz C.


Malam Djau (25) é africano e estudante do último semestre de Licenciatura em Ciências Sociais da UFC. Ele está concluindo o curso através do PEC-G, mas pretende continuar no Brasil para cursar o Bacharelado em Ciências Sociais. Atualmente, Malam recebe uma bolsa mensal de R$ 545 do Governo Federal, fornecida a alunos com bom desempenho acadêmico, a Bolsa de Mérito.

Os programas “Ciências sem Fronteira”, "Brafitec", "Capes/Fipse", "Unibral", "Top China", "Ibero Americana", "Bramex", dentre outros, são outras formas de se conseguir o intercâmbio. A UFC oferece uma bolsa de auxílio aos alunos que participam desses projetos, mas também apoia os estudantes que queiram ir para universidades de outros paises por conta própria.

Serviço

Os alunos da UFC interessados em participar do programa de mobilidade acadêmica internacional devem acessar o site www.cai.ufc.br e procurar pelos editais disponíveis. Aos que desejam ter experiência em outras universidades federias do País, indica-se procurar a Coordenação do Curso de interesse e ficar atento ao calendário universitário.

 
Valéria Pablo foi bem recebida ao chegar ao Brasil

Para matar a fome


Wilson é vendedor de lanches.
Uma coisa é certa: não faltam opções de onde comer no Benfica. O problema é dinheiro? É vegetariano? Quer mais conforto? As possibilidades atendem a todos os bolsos e gostos. São barraquinhas nas calçadas, restaurantes temáticos e comida caseira.

O público é, geralmente, formado por estudantes, professores e funcionários do Campus do Benfica da Universidade Federal do Ceará (UFC). Alguns precisam almoçar ou lanchar na Universidade quase diariamente. A variedade de cardápio e de preços ajuda principalmente aqueles que vivem na correria universitária e com o orçamento apertado.

O Restaurante Universitário (RU) da UFC é uma dessas opções. Diariamente, o RU atende a 2100 pessoas, entre estudantes, professores e funcionários da Universidade. É a opção mais barata. Para os estudantes, a refeição, que pode ser almoço ou jantar, custa R$ 1,10. Para os servidores, o valor é R$ 1,60. Já os docentes precisam desembolsar um pouco mais, mas ainda vale a pena: R$ 2,20. O Restaurante tem sempre três opções diárias, uma delas é vegetariana.

Mas e quando você quer variar?



No intervalo entre as aulas, os estudantes preferem lanches rápidos e baratos, vendidos ali mesmo nas calçadas ou nas cantinas. A barraquinha de Wilson de Sousa vende pão e tapioca. Segundo ele, o movimento é maior entre 9h e 10h da manhã e entre 15h e 16h. Por dia, são 100 pães, com queijo, ovo e presunto, e mais de 100 tapiocas vendidas.

Outra opção para os universitários são as cantinas espalhadas pelo Campus. Na cantina de Gilmar Morais, na Faculdade de Educação, são vendidos cerca de 200 salgados diariamente, além de sanduíches e saladas de frutas. A cantina também fornece almoço, mas são apenas cerca de 30 por dia, geralmente para funcionários e estudantes de pós-graduação. “Os outros estudantes são fieis ao R.U., mais pelo preço baixo mesmo”, afirma Gilmar.  


O restaurante Mandir é decorado com a temática Hare Krishna. 
Quando nem a opção vegetariana do R.U. satisfaz quem não come carne, o restaurante Mandir é um local ao qual se pode ir. Segundo o garçom e caixa do estabelecimento, Jagne Dasa, eles servem cerca de 50 refeições por dia e têm preço diferenciado para o estudante. “Aqui há uma comida nutritiva, agradável ao paladar e pratos variados.”

Outro lugar procurado é o Restaurante Dona Chica. A caixa, Lídia Martins, diz que a maioria dos clientes são estudantes e professores. Todo dia, entre 90 e 120 pessoas almoçam lá. Para ela, o segredo do Dona Chica não é só a boa comida. “O espaço também é agradável e é mais barato que comer no Shopping Benfica.”


Serviço:

Restaurante Universitário da UFC (Benfica)
Avenida da Universidade, 2546.

Barraquinha do Wilson
Rua Juvenal Galeno (esquina com Av. da Universidade)

Cantina da Educação
Faculdade de Educação - Campus Benfica

Mandir
Rua Nossa Senhora dos Remédios, 158
Preço para estudante: R$ 8,00. Preço normal: R$ 10,00

Restaurante Dona Chica
Avenida da Universidade, 2475
Preço: 31,90/kg

Expediente
Reportagem: Alissa Carvalho, Beatriz Ribeiro e Camila Mont'Alverne
Foto: Beatriz Ribeiro e Camila Mont'Alverne
Vídeos: Camila Mont'Alverne 
Profissão Jornalista: desafios e perspectivas


Reportagem: Amanda Araújo, Márcia Catunda e Rachel Gomes.

O que significa ser jornalista hoje? O jornalismo atravessa uma fase de mudanças. Na redação, na Internet, na TV, no rádio ou até na sala de aula. Apesar de ter um amplo campo de atuação, são muitos os desafios a serem enfrentados. Sob essa perspectiva, estudantes e professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) apresentaram suas opiniões a respeito da profissão.

Drielly Furtado está no 1° semestre e contou que escolheu jornalismo porque se identificava com a grade curricular. “Tinha muita afinidade com cultura e informação”, disse. Embora saiba das dificuldades, Drielly decidiu insistir no seu sonho: “Sei que a profissão não é muito valorizada, o jornalista ganha pouco e muitos são maltratados, mas escolhi Jornalismo porque realmente gosto”.

Diego Sombra, que está na metade do curso, avaliou a Universidade. “Não esperava muita infraestrutura [da UFC], mas me surpreendi”, declarou. Para ele, a UFC se destaca pelo empenho de seus alunos. “Os estudantes são autônomos, eu percebo o esforço de meus colegas em fazer o melhor”.

Já a mestranda Lara Vasconcelos se decepcionou com a condução do curso: “Você aprende a sobreviver, a cumprir protocolo, mas o pensamento crítico dos estudantes é pouco estimulado”. Ela também mencionou o exercício da profissão. “O jornalista é pago para pensar pouco e agir muito”.

A professora da UFC, Liana Amaral, conta que desde que se formou, optou pela carreira acadêmica. “Nunca gostei do mercado, nem trabalhei em jornal. Gostava de teoria e queria formar indivíduos críticos”, explica. 
“Ser jornalista é tentar ser uma espécie de leitor da realidade, tentar imaginar o que pode ser interessante para o público”, concluiu o professor Ricardo Jorge.


 
O objetivo do estudante Diego Sombra é fazer um jornalismo ético, de qualidade, que não fuja da sua conduta profissional (Foto: Amanda Araújo)
 
Drielle, estudante do 1º semestre do Curso de Jornalismo, fala que o jornalista é a pessoa que forma opinião e influencia o resto das pessoas com o intuito de mudar a sociedade.
  
Estudantes de mestrado do Curso de Comunicação Social que optaram por seguir a carreira acadêmica em vez da redação
. (Foto: Amanda Araújo)