Reportagem: Kelviane Lima, Mayara Matos e Thamires Oliveira
Rotina de estudante não é fácil. Além da correria das aulas, provas, estágios, bolsas e outras atividades acadêmicas, alguns alunos ainda enfrentam a dificuldade de morar longe
da família. Os problemas são muitos, mas o esforço cotidiano tem sua recompensa. Independência e crescimento pessoal são duas conquistas significativas na vida dos universitários.
A fim de acolher e de dar condições para que esses alunos possam concluir seu curso, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da Universidade Federal do Ceará (UFC) tem o Programa de Residência Universitária. Ele garante moradia e alimentação aos alunos matriculados nos cursos de graduação, provenientes de famílias de baixa renda, vindos do interior ou de outros estados.
Para ingressar no programa, o aluno deve passar por uma avaliação sócio-econômica que comprove a falta de condições financeiras de se manter no local do curso. Os editais são lançados uma vez por ano.
Estrutura
A UFC possui 14 Residências Universitárias, 13 no Benfica e uma no Pici, inaugurada este ano. A capacidade total de acolhimento é de 458 alunos, com 7 unidades residenciais masculinas, 4 femininas e 3 mistas. Todos os custos de manutenção são por conta da universidade.
Sala de estudos da Residência Universitária 125 (Foto: Thamires Oliveira) |
Marcelo Almeida, 26, é um dos diretores da Residência Universitária 125, localizada na Rua Paulino Nogueira, n° 125, no Benfica. Vindo de Horizonte, a 48km de Fortaleza, cursa o 5º semestre de Engenharia Civil na UFC e é residente desde 2007. Como diretor há dois anos, ele representa o interesse dos estudantes, media os possíveis conflitos entre eles e comunica os problemas de estrutura e convivência à PRAE.
A casa dispõe de 76 vagas, tendo 17 livres, atualmente. Segundo o estudante, apesar da Residência Universitária não ter muitas restrições, as regras da casa devem ser respeitadas para que todos tenham a melhor relação possível.
Convivência
Estudante do curso de Matemática da UFC, Anderson Ávila, 23, vem de Sobral, a 238km de Fortaleza. Anderson mora na Residência Universitária 125 há três anos e meio e já foi diretor de lá por 2 anos. Segundo ele, a moradia na Residência é bastante tranquila, mas de vez em quando podem ocorrer problemas. “Eu discuti com a menina que ficava no mesmo quarto da minha namorada. Aí ela me agrediu. Eu fui na Pró-reitoria, foi analisado, ela foi chamada, eu fui chamado e ela foi expulsa”.
Anderson e seus companheiros de Residência (Foto: Thamires Oliveira) |
Liberdade
Artur Ícaro, estudante do curso de Economia, 22, vem de Várzea Alegre, a 470 km de Fortaleza, e tem dificuldades para ver a família. A volta para casa só ocorre no intervalo de cinco meses, devido à distância. Apesar disso, ele afirma que gosta de morar sozinho. Com o tempo se acostumou. Admite que existem muitas dificuldades no começo, mas a liberdade de não morar na casa dos pais compensa.
Anderson Ávila também comenta como é viver longe da família. Para ele, tudo aconteceu de forma natural e até gosta de não ter que dar satisfações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário