Convergência e jornalismo: a informação de cara nova
A informação em diferentes suportes | Foto: Diego Sombra
Falar em telejornalismo, jornalismo impresso, radiojornalismo e webjornalismo como práticas jornalísticas estanques, que não se reformulam ou se influenciam mutuamente é, tendo em vista a atual realidade dos veículos de comunicação, um discurso anacrônico, pautado pelo olhar de quem ainda enxerga a produção jornalística de forma bastante segmentada.
A convergência midiática, conceito ainda restrito às conversas de acadêmicos e profissionais de jornalismo, está, mesmo que de forma implícita, presente no universo das notícias a que temos acesso diariamente. Basta ficar atento. Não pense, contudo, que a simples transposição do conteúdo impresso para a web, por exemplo, é um tipo de convergência de mídias, processo que interliga práticas jornalísticas, mídias e consumo de conteúdo digital.
Mas o que esperar do uso de multimídias para a difusão da informação? Riverson Rios, professor de Cibercultura na Universidade Federal do Ceará (UFC), evidencia o fato de a convergência está intimamente ligada à recorrente superficialidade da matéria jornalística, que é composta por diversas informações sujeitas a gerenciamentos de atenção. “Tem sempre algo a mais que eu queira saber, algo que fica a desejar na matéria”, enfatiza. Dessa forma, ele atribui à convergência de mídias a capacidade de facilitar o entendimento dos fatos.
Desafios e metas
Hoje, o que caracteriza o “leitor-usuário”, seja ele da geração X, Y, ou Z, é a necessidade de estar sempre informado – e a simples recepção de conteúdo não supera expectativas. Com o surgimento das novas tecnologias, o desejo de estar informado relega, muitas vezes, o relato puro e simples do fato.
Para Nathanael Filgueiras, estudante de jornalismo da UFC, a convergência ainda é um desafio para os profissionais que selecionam o que será diariamente noticiado. Evidencia, contudo, a importância desse processo para o veículo de comunicação. “A convergência é importante para atingir públicos diferentes. É um processo que se realizado de forma correta pode “fidelizar” o público”, afirma.
Cabe ao jornalista, portanto, otimizar o seu trabalho através das transmídias e atrair o público para um conteúdo personalizado, característico do veículo de comunicação que pretende adequar a mentalidade dos seus profissionais para esse novo processo comunicativo. É preciso, além de todo o aparato técnico, atentar para as necessidades desse “novo público”, que já começa a enxergar o jornalismo de forma diferente.
Diego Sombra e Débora Lopes
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