A convergência das mídias para web possibilita o acesso à informação em um único aparelho e em qualquer lugar Foto: Catherine Santos |
Um aviso de
engarrafamento ou ruas interditadas transmitidas pelos portais de notícia é
acessado durante o trajeto para o trabalho, ou para a escola. As distâncias com
o fato parecem cada vez menores durante a produção de notícias. Convergir
várias atividades para um único aparelho tem tornado o acesso à informação mais
ágil e permitido que as decisões do cotidiano fluam com mais rapidez e tornem a
vida mais cômoda.
A convergência das
mídias para web mudou a forma de consumir e produzir notícias, com toda a
agilidade e acessibilidade, mas, no entanto, parece não ter mudado o modo como
elas são concebidas. Para o estudante do Curso de Jornalismo da Universidade
Federal do Ceará (UFC), David Medina, o fenômeno potencializou a capacidade de
interação, o que trouxe benefícios tanto para os profissionais de jornalismo
quanto para o público. “Acho que a convergência ajuda na hora de você produzir
uma matéria com recursos não tão caros e garante uma maior oportunidade de
público”, avalia.
No entanto, a estudante
atenta para a intensificação da instantaneidade com que as informações são
veiculadas neste processo. Segundo David, o pouco espaço de tempo entre o fato
e o anúncio da notícia é interessante para cessar um pouco da curiosidade que o
público tem em relação ao que está acontecendo naquele momento. Porém, ele
reforça que é preciso que os jornalistas tenham maior cuidado com apuração,
investiguem e desenvolvam melhor os temas.
A estagiária de
jornalismo do portal O Povo Online, Thaís Brito, considera que as convergências
midiáticas trouxeram consequências positivas principalmente ao público. “É
muito mais rico uma informação em que você não apenas ler sobre o assunto, mas
você tem também um vídeo ou uma foto que ilustra. Você tem, por exemplo, um
podcast para escutar. Na riqueza de detalhes, o receptor é quem ganha”, opina.
Em contrapartida,
Thaís observa que esse fenômeno tecnológico não tem sido tão positivo para a
lógica de rotina das redações jornalísticas. Segundo ela, os profissionais tem
que se desdobrarem para dar conta da grande demanda de informação, o que
compromete a qualidade do produto. “Às vezes, a quantidade de trabalho se
sobrepõe a qualidade. Não é nem por culpa do repórter. É porque há uma demanda
muito grande para poucos repórteres na redação”, explica.
Saulo Lucas e Catherine Santos
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