sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A informação a um só clique: o Jornalismo na era da convergência



A convergência das mídias para web possibilita o acesso à informação em um único aparelho e em qualquer lugar
Foto: Catherine Santos


Um aviso de engarrafamento ou ruas interditadas transmitidas pelos portais de notícia é acessado durante o trajeto para o trabalho, ou para a escola. As distâncias com o fato parecem cada vez menores durante a produção de notícias. Convergir várias atividades para um único aparelho tem tornado o acesso à informação mais ágil e permitido que as decisões do cotidiano fluam com mais rapidez e tornem a vida mais cômoda.

A convergência das mídias para web mudou a forma de consumir e produzir notícias, com toda a agilidade e acessibilidade, mas, no entanto, parece não ter mudado o modo como elas são concebidas. Para o estudante do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), David Medina, o fenômeno potencializou a capacidade de interação, o que trouxe benefícios tanto para os profissionais de jornalismo quanto para o público. “Acho que a convergência ajuda na hora de você produzir uma matéria com recursos não tão caros e garante uma maior oportunidade de público”, avalia.

No entanto, a estudante atenta para a intensificação da instantaneidade com que as informações são veiculadas neste processo. Segundo David, o pouco espaço de tempo entre o fato e o anúncio da notícia é interessante para cessar um pouco da curiosidade que o público tem em relação ao que está acontecendo naquele momento. Porém, ele reforça que é preciso que os jornalistas tenham maior cuidado com apuração, investiguem e desenvolvam melhor os temas.

A estagiária de jornalismo do portal O Povo Online, Thaís Brito, considera que as convergências midiáticas trouxeram consequências positivas principalmente ao público. “É muito mais rico uma informação em que você não apenas ler sobre o assunto, mas você tem também um vídeo ou uma foto que ilustra. Você tem, por exemplo, um podcast para escutar. Na riqueza de detalhes, o receptor é quem ganha”, opina.

Em contrapartida, Thaís observa que esse fenômeno tecnológico não tem sido tão positivo para a lógica de rotina das redações jornalísticas. Segundo ela, os profissionais tem que se desdobrarem para dar conta da grande demanda de informação, o que compromete a qualidade do produto. “Às vezes, a quantidade de trabalho se sobrepõe a qualidade. Não é nem por culpa do repórter. É porque há uma demanda muito grande para poucos repórteres na redação”, explica. 



Saulo Lucas e Catherine Santos

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