sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A convergência midiática e o futuro da informação

Tem gente que diz preferir a versão impressa. Será mesmo? | Foto: Fá Babini

Ler jornal em 1970 era sinônimo de ir à banca de jornais mais próxima de casa, comparar capas e manchetes e escolher o seu preferido. Pelo menos é isso o que conta o engenheiro eletricista Cirilo Júnior, de 62 anos. "Eu ia na banca, comprava o jornal e lia. E eu só lia um por causa da falta de tempo de ler mais. Ainda hoje continuo lendo jornal no papel", garante. Porém, acaba confessando: "quando eu quero saber notícia imediata, eu vou olhar na Internet".

O jornal impresso sobreviveu com o passar dos anos, mas o modo de divulgar informações mudou. Novas tecnologias surgiram e formatos diferentes como áudio, fotografia, vídeo e texto foram misturados, colocando em destaque a ideia de convergência midiática - e essa tem sido a principal responsável pelo cenário contemporâneo da comunicação que, cada vez mais, busca adaptar-se à Internet. Através de computadores, celulares e tablets, ela tem abraçado as novas mídias e dado uma outra roupagem à produção de notícias.
 
Segundo Pedro Brandão, analista de mídias sociais da Agência Advance, mesmo quando não queremos, a informação aparece para nós. Por isso a importância do surgimento da convergência midiática. "Acho que a convergência é a forma mais eficaz do consumidor de informação não se afogar nesse mar de manchetes. Unindo tudo em um ponto, ele pode se utilizar de forma mais fácil e menos confusa o conteúdo que tanto quer", afirma.

E o futuro?

"No fim das contas, penso que estamos em um panorama muito confuso, em que a gente não sabe qual a nova tendência da semana que vem. Se tem futuro ou não, eu não sei, já é difícil falar do presente. Mas acho que a convergência é uma das opções de consumo de informação, principalmente para aquelas pessoas dispersas ou que preferem a simplicidade e a objetividade", observa Pedro.
  
Apesar de soar exagerado que os profissionais estabelecidos no mercado dessa área correm o risco de perder suas funções, já que hoje é muito fácil gerar notícia (basta olhar o Twitter, o Facebook e os inúmeros blogs mundo virtual adentro), deve-se atentar para a necessidade de respeitar as linguagens que cada plataforma pede. Afinal, a informação difundida no mundo virtual continua pedindo seriedade e respeito ao leitor.



Fá Babini

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