Por Thaís Brito
Felipe e Marina (centro da foto) no rodízio de carnes |
A pauta era bonita:
encontrar sedentários que não sentissem vergonha de assumir o
estilo de vida. Linda mesma foi a carreira pra achar essas pessoas.
Não era como se eles se reunissem em alguma associação ou clube.
“Oi, meu nome é Fulano. Estou há três semanas sem subir um lance de escadas”.
Então saímos catando
contatos no Facebook. Era puxar papo com aquele antigo conhecido,
perguntar se estava praticando algum exercício e desenrolar a partir
da resposta. O que começou como desespero rendeu várias fontes. Aí
chegou a hora de escolher para diversificar os perfis.
Enquanto sobravam
opções, faltava tempo de ir ao encontro dessas pessoas. Ora, boa
parte delas estava parada justamente pela rotina louca. E por que
essas pessoas teriam tempo de dar uma entrevista
pessoalmente, não é mesmo?
Além disso, algo
faltava. Muita gente não tinha tempo, mas dizia ter sim a vontade de
fazer uma academia, um esporte ou qualquer coisa para se mexer. Mas e
aquelas pessoas que simplesmente não sentem vontade, onde estariam?
Foi aí que eu me deparei com a situação inesperada. No rodízio
de carnes, comemorando o aniversário do namorado no auge da noite de sábado, encontro um rapaz que brincava com a fama de paradão. O
apelido? “Morto”. Perfeito!
Puxei para o canto da
mesa e comecei a entrevista. O áudio da sonora tem a participação
especial do pianista do restaurante. Como diria a professora Naiana,
“jornalismo não é profissão, é estilo de vida”. E o melhor
era a Marina, namorada do Morto, reclamando da moleza dele, alertando
que ele não tem disposição e que precisava sim criar coragem.
A tentativa de tirar
foto foi com o meu celular. Não fui preparada. Afinal, eu não
esperava entrevistar alguém no sábado à noite, muito menos no
aniversário do boy. Local escuro, câmera improvisada. Ainda
contei com a ajuda da Marina, que apontou a lanterna do próprio
celular pra dar um pouquinho de luz à cena.
No domingo à noite,
vieram as entrevistas com outros dois personagens, Raquel e Lílian. Não planejávamos,
mas fugimos do estereótipo. Nossos sedentários são pessoas de
físico comum, nem tão magras nem obesas. São jovens alegres que
adaptam as poucas horas do dia aos deveres da vida adulta que se
esboça.
Talvez tenha sido essa a pauta mais divertida de realizar. Eu, Marcella e Marcello conhecemos um pouquinho da vida de cada entrevistado por um ângulo diferente.
Sem julgamento, sem falso moralismo. Afinal, estamos todos nessa
correria e entendemos bem o que é sufoco.
2 comentários:
Thaís, seu texto ficou bem leve, ao estilo do que a revista pede e a própria proposta do blog. Parabéns!
Vou patentear minha frase. Hehe
Mas o que me chamou mais a atenção foi o direcionamento que vcs deram à pauta, de não julgar ou emitir juízo de valor. Mto bem, esse é o caminho!
Ficou massa a materia!! Bolei de rir com o apelido do rapaz. É realmente engraçado.
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