quarta-feira, 13 de junho de 2012

Onde estão os sedentários assumidos?


Por Thaís Brito

Felipe e Marina (centro da foto) no rodízio de carnes

A pauta era bonita: encontrar sedentários que não sentissem vergonha de assumir o estilo de vida. Linda mesma foi a carreira pra achar essas pessoas. Não era como se eles se reunissem em alguma associação ou clube. “Oi, meu nome é Fulano. Estou há três semanas sem subir um lance de escadas”.

Então saímos catando contatos no Facebook. Era puxar papo com aquele antigo conhecido, perguntar se estava praticando algum exercício e desenrolar a partir da resposta. O que começou como desespero rendeu várias fontes. Aí chegou a hora de escolher para diversificar os perfis. 

Enquanto sobravam opções, faltava tempo de ir ao encontro dessas pessoas. Ora, boa parte delas estava parada justamente pela rotina louca. E por que essas pessoas teriam tempo de dar uma entrevista pessoalmente, não é mesmo?

Além disso, algo faltava. Muita gente não tinha tempo, mas dizia ter sim a vontade de fazer uma academia, um esporte ou qualquer coisa para se mexer. Mas e aquelas pessoas que simplesmente não sentem vontade, onde estariam? Foi aí que eu me deparei com a situação inesperada. No rodízio de carnes, comemorando o aniversário do namorado no auge da noite de sábado, encontro um rapaz que brincava com a fama de paradão. O apelido? “Morto”. Perfeito!

Puxei para o canto da mesa e comecei a entrevista. O áudio da sonora tem a participação especial do pianista do restaurante. Como diria a professora Naiana, “jornalismo não é profissão, é estilo de vida”. E o melhor era a Marina, namorada do Morto, reclamando da moleza dele, alertando que ele não tem disposição e que precisava sim criar coragem.

A tentativa de tirar foto foi com o meu celular. Não fui preparada. Afinal, eu não esperava entrevistar alguém no sábado à noite, muito menos no aniversário do boy. Local escuro, câmera improvisada. Ainda contei com a ajuda da Marina, que apontou a lanterna do próprio celular pra dar um pouquinho de luz à cena.

No domingo à noite, vieram as entrevistas com outros dois personagens, Raquel e Lílian. Não planejávamos, mas fugimos do estereótipo. Nossos sedentários são pessoas de físico comum, nem tão magras nem obesas. São jovens alegres que adaptam as poucas horas do dia aos deveres da vida adulta que se esboça. 

Talvez tenha sido essa a pauta mais divertida de realizar. Eu, Marcella e Marcello conhecemos um pouquinho da vida de cada entrevistado por um ângulo diferente. Sem julgamento, sem falso moralismo. Afinal, estamos todos nessa correria e entendemos bem o que é sufoco. 

2 comentários:

Naia disse...

Thaís, seu texto ficou bem leve, ao estilo do que a revista pede e a própria proposta do blog. Parabéns!
Vou patentear minha frase. Hehe

Mas o que me chamou mais a atenção foi o direcionamento que vcs deram à pauta, de não julgar ou emitir juízo de valor. Mto bem, esse é o caminho!

Lilian disse...

Ficou massa a materia!! Bolei de rir com o apelido do rapaz. É realmente engraçado.