A velha calça desbotada ou coisa assim

Foram quase três horas corridas dentro do estúdio. 26 pessoas. O objetivo era fotografar um detalhe ou algo que identificasse cada uma delas só em bater o olho rapidamente. Entre cabelos, olhares, sorrisos e objetos, pude perceber a timidez, inquietação, falta de jeito, ousadia e tranquilidade diante da câmera. Não eram pessoas completamente estranhas a mim, mas, depois dessa atividade, pude conhecê-las um pouco melhor.

Um detalhe diz muito de alguém que você não conhece. Um livro de novelas, um pingente contra más energias, o jeito de segurar o cabelo, uma frase, um LP de hardcore punk. E, mesmo os que respondiam “tanto faz”, em relação ao que gostariam de fotografar para o próprio perfil, já carregavam um detalhe específico que nem eles mesmos sabiam ou não faziam tanta questão de saber.

O mais trabalhoso da sessão foi lidar com a minha câmera temperamental que demorava a encontrar foco. Nisso, os já impacientes se impacientavam ainda mais. Todavia, a maior parte se demonstrou bastante calma. Agradeço desde já. E, no final, acredito que deu certo. O banco quebrado, que de início parecia um problema, foi tirado de letra. A maioria pegou o macete de sentar sem cair. Ninguém levou tombo, não houve falha nossa e a atividade rendeu 66 fotografias e alguns “Fulano mudou sua foto do perfil” no Facebook.

Namastê,

Evelyn