A Humanização entre os corredores

Entre as quatro paredes do quarto de internação e os dias: a sensação do tempo não passar – não existe manhã e nem noite, o que há é apenas o desejo de estar perto do filho. É assim que muitos pais e mães levam o dia-a-dia. Mas, dentro desse cotidiano pesado e duplamente cansativo há, também, mãos cheias de afeto, carinho e cuidado, esperando para encontrar o primeiro a desejar o abraço. Implementados há quase 20 anos, os projetos de humanização do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) são um respiro em meio a tanta dureza. Voltados aos pais e às crianças internadas, a ajuda oferecida por meio do hospital procura disponibilizar o apoio psicológico de todas as formas, até mesmo através da brincadeira de carnaval.

Moema Gilhon acompanhou

 a implementação dos projetos

 de humanização do Hias.

 Foto: Gleyce Any Castro

Segundo a coordenadora do serviço social do Hias, Moema Guilhon, “o acolhimento faz parte de todo profissional da rede e é um dos melhores passos da humanização”. A disponibilização de um ambiente no qual os pais e as crianças sintam-se confortáveis e, sobretudo, acolhidos, é uma das garantias que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) coloca como responsabilidade social. Entre os projetos desenvolvidos dentro do Hospital estão o “Cirurgia sem Medo”, “Mão Amiga”, “Cidade da criança”, entre muitos outros orientados pelos profissionais da Terapia Ocupacional.

Cidade da Criança

Destinada a todo tipo de brincadeira e alegria, a Cidade da Criança multiplica os sorrisos no rosto dos pequeninos. Criado em 1998, o espaço, coordenado por Izabel Chagas, conta com cerca de oito espaços que se dividem entre a Casa de brinquedos Renato Aragão, o colorido Teatro Dora Andrade, a Biblioteca Rachel de Queiroz, a Escolinha Monteiro Lobato e o Salãozinho de Beleza Paulino’s.

Aqui, fora do quarto de internação, as crianças reencontram o sorriso das brincadeiras. A Cidade da Criança ajuda na ocupação do tempo dos internados por meio do desenvolvimento de atividades lúdicas que estimulam a criatividade, entre elas está a pintura, uma das ferramentas que auxiliam no entretenimento dos pequeninos. O espaço, que está funcionando temporariamente fora do seu local original, abriga, durante todas as manhãs, as crianças que se encontram em condições saudáveis de locomoção.

Dona Áurea Lúcia Barbosa entre os portões 

da Cidade da Criança no Hias.

 Foto: Gleyce Any Castro

Além dos brinquedos, o espaço também garante as festas da criançada. O Carnaval, por exemplo, é diversão já marcada no calendário da instituição. Dona Áurea Lúcia Barbosa, socióloga e professora, trabalha há 35 anos no Hospital e nos últimos 8 vem desenvolvendo atividades na área de Artes, juntamente à Cidade da Criança e à Associação Peter Pan. A partir das tampinhas descartáveis de marmitas,  com uma dedicação digna de aplauso, as máscaras confeccionadas por Dona Áurea Lúcia pintam o colorido na face dos pequenos quando chega o baile de Carnaval.

Entre os dons de Áurea Lúcia, a reinvenção dos materiais está entre os mais simples. Aqui, o destaque mesmo vai para a vontade de fazer o bem ao próximo, uma das suas mais belas ferramentas de trabalho, como assim confirma: “Me sinto realizada, porque tanto eu estou ajudando as crianças, como estou fazendo o que eu gosto”. A Cidade da Criança também recebe a presença de voluntários, os interessados devem dirigir-se nos horários reservados para visitação.

Serviço:

Cidade da Criança
Horário de funcionamento: Segunda à sexta-feira das 07h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h. Sábados e domingos de 7h às 11h30h e 13h30 às 19h.
Mais informações: 3101.4286

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