sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A privatização chega ao público


A Universidade Federal do Ceará (UFC), umas das mais importantes instituições públicas do país, durante muitos anos contou com uma das melhores bases de ensino, pesquisa e extensão. Hoje, sofre com a falta de investimento público e sucateamento das suas estruturas físicas. O fato não se dá de forma isolada. No Chile, o Estado privatizou todas as escolas públicas e os estudantes, em ato de greve, reivindicaram nas ruas por uma educação de qualidade e gratuita.

Há seis meses, as universidades federais brasileiras aderiram a uma greve que ficou conhecida como a maior dos últimos dez anos. Entre as pautas de reivindicação constavam a exigencia de melhores salas de aulas, professores efetivos, mais investimento e sobre tudo pela não privatização das universidades.

A inserção de empresas dentro das instituições públicas é uma realidade. Há 48 anos, o Centro de Treinamento e Desenvolvimento (CETREDE) atua no campus da Universidade Federal do Ceará oferecendo cursos particulares de qualificação, profissionalização e especialização de recursos humanos, com o objetivo de preparar o público para o mercado de trabalho.

Pierre Barreto, diretor adjunto do CETREDE.
Foto: Natália Guerra
De acordo com Pierre Barreto, diretor adjunto do CETREDE, a instituição iniciou como um trabalho do governo com órgãos internacionais e, hoje, é parceira direta da UFC. "Uma instituição privada dá mais agilidade ao serviço público, isso gera uma parceria muito boa para ambos os lados, no que eu chamo de círculo virtuoso. Há uma sinergia muito grande nesse vínculo entre as instituições, beneficiando principalmente a sociedade", afirma.

Caracterizado como uma empresa sem fins lucrativos, o CETREDE já atendeu mais de 12 mil pessoas das mais variadas faixas etárias e escolaridade. Funcionando em um prédio alugado da UFC, a professora Fernanda Barroso, coordenadora da célula de qualificação profissional do CETREDE, aponta que parte dos recursos ganhos com os cursos privados são repassados para a universidade pública. "Nossa empresa não é como aquelas que visa inicialmente o lucro, mas como todas elas precisamos nos sustentar. O ideal era que tivessemos uma estrutura pública perfeita, mas já que não temos é necessário que existam empresas que colaborem com a educação", complementa Fernanda Barroso.

Até o momento a posição da UFC sobre o CETREDE é amigável. Porém, com o aumento do número de cursos da graduação essa relação entre as instituições pode ser desgastada. "Temos um convívio da boa vizinhança. Eles sempre nos procuram para saber como ficará a disponibilidade das nossas salas e horários. Mas com o surgimento do curso de Desing, que acontece no período da noite, eles perderam muito espaço. É necessário saber que a prioridade é da universidade pública", comenta Daniel Cardoso, chefe de departamento da arquitetura.




Ana Célia
Carolina Areal
Natália Guerra

2 comentários:

Naia disse...

Meninas,

Vamos às observações: faltou uma revisão mais criteriosa do texto. Alguns erros de pontuação e ortografia estão deixando a leitura cansativa.

A foto do Pierre Barreto não ficou mto interessante. Ela não dialoga com o conteúdo da matéria, no caso, como ele tb aparece no vídeo, a foto poderia ter sido descartada. Em relação ao vídeo, o texto se apresenta meio longo em um dado momento a ponto da narração perder a força e o texto em si repete informações que já estão presentes no texto principal, ou seja, ele está tendo uma função redundante e não de complementação.

Naia disse...

Esqueci de comentar o título - ele não está de acordo com a matéria, pois ele dá a ideia de que somente agora um braço privado é criado na UFC, qdo, como vcs mesmas apuraram, o Cetrede existe há cerca de 40 anos. Sem falar em outros projetos dessa natureza que também podem ser encontrados no Pici.