domingo, 1 de julho de 2012

Rede Social

"Um filme temperado por controvérsias dentro e fora da tela e embalado por uma trilha sonora ganhadora do Oscar."

Banner do filme redes sociais | Foto: Câmera Cine


A Rede Social, dirigido por  David Fincher, vence o espectador logo na primeira cena por exaustão, quase por W.O., antes mesmo dos créditos iniciais. Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) fala sem parar sobre os Q.I.s dos gênios e as fraternidades numa velocidade que a sua namorada, Erica Albright (Rooney Mara), não consegue acompanhar. Apenas no momento em que Zuckerberg finalmente leva um fora de Erica é que conseguimos entender algo direito. O filme tem como pano de fundo inicial a Universidade de Harvard do ano de 2003.

Após o término, Mark decide se vingar da namorada, acabando com a reputação da jovem em seu blog. O verdadeiro Zuckerberg afirma que nunca houve a tal namorada, mas para o filme isso não importa. Como uma advogada diz já no final da obra: "todo mito de criação precisa de um diabo".

Depois de algumas bebidas, Mark decide não parar por aí e cria junto do então melhor amigo e programador Eduardo Saverin (Andrew Garfield) um aplicativo batizado de Facemash, que realiza uma disputa de beleza entre as universitárias. Com milhares de acessos, o aplicativo faz a rede de Harvard cair. A partir daí, o filme começa a ter cenas interessantes e que prendem a atenção dos espectadores.  

Com a repercussão do Facemash, três amigos - os gêmeos Winklevoss, interpretados por Armie Hammer, com uma atuação tão perfeita que nem parece o mesmo ator em dois papéis, e Divya Narendra (Max Minghella) - convidam Mark para ajudar a pôr no ar um projeto pessoal deles: uma rede social universitária, voltada para o nicho dos estudantes de Harvard, em que os cadastrados poderão se relacionar sabendo exatamente quem é a pessoa por trás da tela do monitor. 

"Nada se cria tudo se copia", foi o que Mark fez, a partir da ideia proposta, ele cria The Facebook e com isso as discórdias começaram. Como o próprio subtítulo do filme diz "Você não consegue 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos". Porém, ele não só adquiriu inimigos, mas esqueceu que tinha amigos reais e não só o número de usuários da sua rede social. 

O gênio de Harvard não é muito diferente de outros magnatas da comunicação que ligam as pessoas e terminam sozinhos. Outro exemplo disso foi  William Randolf Hearst, que teve sua vida retratada no filme Cidadão Kane

A narrativa não é linear e mescla cenas do passado com o presente, como Zuckerberg programando e se defendendo no tribunal universitário de seus ex-colegas que lutam pelo crédito a que têm direito. Assim, a montagem enriquece o filme com os comentários dos personagens sobre os fatos que estão contando, criando a diferenciação dos olhares de cada um dos participantes da história.

Um filme temperado por controvérsias dentro e fora da tela, disputas e reviravoltas embaladas por uma trilha sonora ganhadora do Oscar. Não é um filme que agrada a todos os públicos e tem seus momentos cansativos, mas conta com atuações maravilhosas e um enredo verdadeiramente interessante. A criação da rede social mais usada no mundo e a história por trás dela vêm recheadas de polêmica.


Clarissa Augusto e Silva


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Foto:
http://cameracine.blogspot.com.br/2010/12/rede-social-ganha-10-premios-de-melhor.html

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