Por Marília di Albuquerque e Vandecy Dourado
A primeira parte da oficina Corpo Cartoon consistiu na apreciação e discussão de vídeos de cineastas pioneiros em animação, como a alemã Charlotte Reiniger. Nos anos de 1920, ela utilizou cartolina para experimentar os movimentos típicos do homem. O trabalho do artista surrealista checo, Jan Švankmajer, em animação com pedras, também foi discutido: o espaço onírico, o corpo além das limitações e a antropomorfia (quando damos vida a coisas e objetos inanimados).
No segundo momento, a experimentação veio à tona. Primeiramente, Viviane Domingues propôs fortes exercícios de respiração, nos quais o diafragma era o protagonista do ato. Era preciso libertar-se dos movimentos usuais de respiração.
Em seguida, Kleber Damaso levou os participantes às lembranças infantis, aos caminhos pessoais da infância de cada um. E a partir daí, os trajetos da memória eram feitos e refeitos através do corpo. Era o momento para se entrar em transe, no qual a beleza do movimento pouco importava. O mais relevante era usar o corpo. Mexê-lo da maneira mais instintiva, mais confortável, mais pessoal. Foi um instante de consciência do corpo, da memória e dos movimentos.
Ouça uma entrevista com o dançarino Kleber Damaso
Tecnologia a serviço da performance
Como marca do trabalho de Kleber, as projeções não poderiam faltar no workshop. Os participantes foram postos em duplas para interagir: um em frente à câmera de um iPad e outro com a imagem projetada na parede. Jogo de luzes, sombras, corpos e movimentos inesquecíveis.
O último trabalho proposto foi a interação dos dançarinos com formas geométricas projetadas também pelo tablet, levando em conta o movimento, a velocidade, a forma em si e o som. Era impulso e pulsão, era instinto e ação. Mais um espetáculo sensorial!
Ouça um depoimento de Denise Parra, professora do curso de Dança da UFC
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