Depois de andarmos um pouquinho debaixo do sol (super quente!) e chegarmos na "casatelier" do artista, fomos recebidos na porta por um de seus amigos, que o ajuda nos trabalhos, porque Narcélio estava na cozinha cortando um abacaxi para nós.
Fomos entrando na casa dele e, ao chegarmos na cozinha, ele nos recebeu com o seu grande sorriso. Já oferecendo água e o abacaxi (por sinal, delicioso!). Nesse momento, vi que a entrevista não teria, de forma alguma, um tom formal. Não poderia ter.
Nárcelio nos desestruturou com a sua simpatia e simplicidade. Depois de mostrar o seu atelier inteiro, suas obras em construção e as já prontas - como uma de suas esculturas sonoras, a Guiparra, que me fascinou; uma pá velha e enferrujada transformada em guitarra (e funciona!) -, começamos a entrevista propriamente dita.
Já na primeira pergunta, resolvi guardar o papelzinho que levei com todas as 15 perguntas, pensadas em 3 blocos de assunto. Não conseguiria seguir uma ordem com Narcélio. Ele não "deixa". Sua mente voa de um assunto a outro e acaba por conduzir a entrevista - ou melhor, a conversa - por si só.
O resultado ainda está sendo trabalhado (neste momento, estou decupando minuciosamente a entrevista, já com dor nas costas - ê velhice!). Basta aguardar a próxima edição da revista para conferir!
Isabela
2 comentários:
O diálogo a ser construído nas entrevistas é talvez um dos maiores desafios que temos. Conseguir fazer com que uma técnica de captar informações se mescle à boa e velha conversa. Não tornar o entrevistado um interrogado. Não se permitir ser tão mecanicamente preso à pauta. Ter atenção sincera - isso mesmo: atenção sincera! - para não deixar escapar preciosos dizeres, preciosas informações... Apesar disso, não se distanciar muito do propósito, do motivo que levou à produção da entrevista... Esquecer que a entrevista, mesmo dialógica, tem um propósito jornalístico, pode render, por exemplo, muitas horas de edição que às vezes não temos... Muitas dores nas costas ainda por vir, hein Isabela?
massa a indicação de pauta; tomara que tenha dado para explorar legal o que esse cara tem para "falar ao mundo".
Coordenou um projeto bem legal com instrumentos de sucata com adolescentes e pintou as caixinhas de telefone da cidade. Fez mais que mt "artista".
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