sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Benfica e suas intervenções artísticas


De casarões históricos a intervenções urbanas. São nesses dois contrastes que pensamos ao lembrarmos do Benfica. Conhecido por sua boemia e seu ecletismo cultural, o bairro histórico de Fortaleza cede seus muros às mais diversas formas de arte.
Fundado em 1910, pelo português João Antônio do Amaral, o bairro herdou o nome de sua cidade natal, e tem sua história também ligada à família Gentil. Os antigos casarões e terrenos, posteriormente, tornaram-se espaço da Universidade Federal do Ceará, o que fez com que o bairro fosse ocupado pelos jovens da comunidade universitária.
O professor Joaquim Aristides, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, acredita que “a Universidade criou uma ambiência de arte, uma manifestação de arte mais ampla na região do Benfica. Depois, com a presença dos estudantes, dos bares, cria uma ideia de boemia e torna o bairro mais propicio a manifestação cultural”.
Mas não só de arquitetura histórica vive o Benfica. O bairro também conta com elementos modernos de arte, é possível encontrar grafite nos muros nas avenidas da Universidade e na 13 de Maio. De acordo com o diretor do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC), Pedro Eymard, “o grafite é diferente. É construído, é feito, é um enfrentamento do muro, da noite, de uma arte que é rápida e que tem que ser forte. Isso o grafite representa muito bem”.
No Centro de Humanidades I da UFC, o artista Narcélio Grud, que trabalha há 12 com artes visuais, instalou estruturas musicais, chamadas de Esculturas Sonoras Pública. Narcélio conta que a ideia surgiu a partir do trabalho que ele desenvolve com arte urbana e escultura sonora. O objetivo da intervenção, segundo ele, é ser “um instrumento musical público, algo que as pessoas possam utilizar”.
As cinco estruturas musicais presentes há seis meses do bosque do CH1, podem ser também encontradas no Cuca da Barra do Ceará e no Vila das Artes. Essas intervenções fazem parte do Projeto Escultura Sonora, que tem o apoio financeiro do edital de Artes Visuais da Prefeitura de Fortaleza. Narcelio Grud também pretende instalar as esculturas em outras partes da cidade, como a Beira Mar.
Eduardo Paiva é estudante de Ciências Sociais da UFC e comenta sobre o Bairro Benfica e seu legado artístico e cultural.



Grafite, do artista Narcélio Grud, na Av. 13 de Maio Foto: Nila Gouveia
Escutura Sonora Pública, de Narcélio Grud, no CH1 Foto: Nila Gouveia

Grafite exposto no MAUC Foto: Nila Gouveia


Criselides Lima
Nila Gouveia
Thinayna Máximo

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