De
casarões históricos a intervenções urbanas. São nesses dois contrastes que pensamos ao lembrarmos do Benfica. Conhecido por sua boemia e seu ecletismo
cultural, o bairro histórico de Fortaleza cede seus muros às mais diversas
formas de arte.
Fundado
em 1910, pelo português João Antônio do Amaral, o bairro herdou o nome de sua
cidade natal, e tem sua história também ligada à família Gentil. Os antigos
casarões e terrenos, posteriormente, tornaram-se espaço da Universidade Federal do Ceará, o que fez com que o bairro fosse ocupado pelos jovens da comunidade
universitária.
O
professor Joaquim Aristides, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC,
acredita que “a Universidade criou uma ambiência de arte, uma manifestação de
arte mais ampla na região do Benfica. Depois, com a presença dos estudantes,
dos bares, cria uma ideia de boemia e torna o bairro mais propicio a
manifestação cultural”.
Mas
não só de arquitetura histórica vive o Benfica. O bairro também conta com
elementos modernos de arte, é possível encontrar grafite nos muros nas avenidas
da Universidade e na 13 de Maio. De
acordo com o diretor do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC),
Pedro Eymard, “o grafite é diferente. É construído, é feito, é um enfrentamento
do muro, da noite, de uma arte que é rápida e que tem que ser forte. Isso o
grafite representa muito bem”.
No
Centro de Humanidades I da UFC, o artista Narcélio Grud, que trabalha há 12 com
artes visuais, instalou estruturas musicais, chamadas de Esculturas Sonoras
Pública. Narcélio conta que a ideia surgiu a partir do trabalho que ele
desenvolve com arte urbana e escultura sonora. O objetivo da intervenção,
segundo ele, é ser “um instrumento musical público, algo que as pessoas possam utilizar”.
As
cinco estruturas musicais presentes há seis meses do bosque do CH1, podem ser
também encontradas no Cuca da Barra do Ceará e no Vila das Artes. Essas intervenções
fazem parte do Projeto Escultura Sonora, que tem o apoio financeiro do edital
de Artes Visuais da Prefeitura de Fortaleza. Narcelio Grud também pretende
instalar as esculturas em outras partes da cidade, como a Beira Mar.
Eduardo
Paiva é estudante de Ciências Sociais da UFC e comenta sobre o Bairro Benfica e
seu legado artístico e cultural.
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Grafite, do artista Narcélio Grud, na Av. 13 de Maio Foto: Nila Gouveia |
Escutura Sonora Pública, de Narcélio Grud, no CH1 Foto: Nila Gouveia |
Grafite exposto no MAUC Foto: Nila Gouveia |
Criselides Lima
Nila Gouveia
Thinayna Máximo
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